Quando
o fim vier
virá
como uma brisa
tocará-me
levemente
no
braço esquerdo
onde
apoio todo um caos
humanamente
belo
Metafísico
olhar azul
irá
adormecer
como
um pedaço de
mar
que partira
e
meus cabelos azeitona
ali
ficam
cada
vez mais nevosos
e
antigos
Quando
o fim vier
um
deus pequeno virá
dizer-me
para sossegar
irá
sonhar no meu cansaço
todo
eu serei cansaço
e
suor na sua chegada
e
por fim,
a
paz silenciosa e triste
de
um sorriso que acaba
fechado
nos braços
graves
de
algo que partira
Quando
partir,
ninguém
saberá que parti
ninguém
irá se lembrar
e
chorar no meu peito
tudo
por culpa minha,
por
ser da raça das estrelas
e
das nuvens
porque
depois de me apagar
no
vácuo
ainda
viverá a minha voz
Nada
se perdera afinal
um
rosto se apagara
mas
afinal
as
suas palavras ainda existem
sempre
longe de mim
Distantes
da boca que as dissera
mas
ainda assim voam
num
lugar incerto
Num
lugar verdadeiro
e
vazio
como
uma sombra,
dentro
de todas as coisas
Sei
que estou perdido
neste meu não ser
neste meu não ser
sou
um fantasma
solitário
da
inexistência
fechado no murmúrio
sepulcral das árvores
no luzir frémito e lúgubre
de um mar que morrera
apenas e tão somente
um átomo do vazio
fechado no murmúrio
sepulcral das árvores
no luzir frémito e lúgubre
de um mar que morrera
apenas e tão somente
um átomo do vazio
Nunca mais verei
aquele
sorriso branco
lá
no alto
sempre
luzindo
cheio de beleza e esperança
cheio de beleza e esperança
das
minhas irmãs...
PoReScRiTo
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