Por vezes é triste qualquer felicidade é como a voz eloquente que me fala em tom grave e silencioso, de olhar sumido e disperso no pensar dormente e tremido como um bafo líquido da luz É um latido quente e fugaz que crepita contornado o vazio e a esperança que ficara esquecida numa das gavetas do meu quarto... Um verde alegre e primaveril que esconde no seu fino rosto o olhar grave e distante de um esquecimento Um azul claro e vivo perfumado pelo silêncio e pela erva aveludada que ficara perdida no jardim numa das ínfimas nuvens que por lá passara Um sorriso que ficou perdido na alegria de uma papoila que à muito murchara, Apenas ficou o esguio desenho dos seus lábios o seu vermelho deslizando na senilidade um beijo entre o silêncio e o vazio um eterno abraço há própria loucura Dizem que sou louco de olhar carregado e de estranhas palavras sonho em alto uma voz que não é a minha uma voz do vazio converso entre o linho enrolado do meu casaco de pensamentos falo numa língua estranha e ausente como um lento murmurar que nunca chega como se escuta-se cada átomo de mim cada fio de inexistência que o vento trouxera da imensa tristeza de alguém... Caía geada sobre a minha própria imagem, triste Caía num manto gelado e difuso que me adormecia e sossegava neste embalo da noite a luz nívea e poética da lua acendia-se para mais um adeus Deitado na erva branca fecho os olhos e escuto a realidade numa voz velha que à muito se sumiu... no tom grave das palavras de uma divagação profunda pelo éter do nada Silenciada pelas ondas e pelas marés adormece uma voz salgada friamente inventada na sombra nívea do mar (céu) Caía o cotão velho e o pó encardido dos mortos na sombra branca e escura como um céu invertido na sua própria contradição...O céu revela um abismo que me adormecia na sua vertigem e que me abraçava em tom de despedida tocando-me cada palavra cada artéria de sangue morno e vivo... que eu ocultava
PoReScRiTo
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