De repente
Um manto
frio de névoa
Tomou-me o
rosto
Ele
desaparecia lentamente
Na ilusão do
espaço
As ondas de
cinza
Renasciam no
brilhar
Sujo do
astro que se fez rei,
Um púrpura
estelar
Incendiava-me
suavemente
Uma luz
brilhava baça
Como uma
noite apagada
A chama
crepita na sombra
Um rumor
gelado percorria-lhe
As labaredas,
Aquecia as
sombras da guerra
A ferrugem
crescia
Da carne dos
mortos
Uma paz sombria
pintava
Aquele lugar
de um breu de sangue
Tomei a
minha espada
E afundei-me
nas lâminas do Inferno
Agarrei-o
solenemente
Como uma
flor negra
Que me
consumia
O vento
soprava doente
Em tons
monótonos
Línguas de
sangue
Rangiam nas
portas do céu
E foi ali
Naquele tocar
de criança
Que queimei
os dedos
Desfazendo-se
na cera da infância…
Daquele silêncio
ateu
O céu fez
luto
Envolvendo-se
num negro profundo
Que morria
no meu olhar
Pequenas flores
de inferno
Luziam para
as crianças
Que as quisessem
tocar
Os meus
olhos eram dois jazigos
Que se uniam
como
Duas solidões
despertas
Ficaram ali submersas
Duas lágrimas
de discórdia
Ficaram ali
a arder na pele ausente
Que escutava
o meu rosto…
Um ser
adormecia
Como uma página
de vento
Que soprava
nas cinzas
Do
desaparecimento…
Ficava
solitário a sentir
O
soprar calmo da noite…
PoReScRiTo