Acendia uma vela de névoa
Ela luzia
cândida
Pintando a
noite clara
De um
vermelho marginal,
Um olho de
criança sonhava lá no alto
No infinito
de um sonhar
Ergo as mãos
frias e toco o céu,
Como os
ramos ateus da minha aldeia,
Seguro um
dente-de-leão
Que brotava
das nuvens
Ergo-o bem
alto acima das estrelas
Enquanto as
suas pétalas invernais
Descaem para
o rosto rubro do espaço,
O vento
desejou acima dos homens,
Desejando no
seu assobio metafísico
As labaredas
do teu olhar…
Esqueci os
teus cabelos de prata
Que varrem
os meus olhos
Quando me
esqueço de olhar,
O teu
perfume a lima morreu
Por entre os
pinheiros e ciprestes
Que anunciam
a noite no seu bramir seco,
O meu sonhar
morreu naquelas ruas passadas,
E agora
mendiga nas suas paredes mórbidas
Talvez não
pense...
Talvez não
sonhe...
Talvez seja
a figura do abstrato
A recordar o
tempo em que ainda não havia tempo…
E apenas eu
existia
Via no rosto
dos ramos
O luzir frio
de uma aparição ausente
Um silêncio
uniforme habitava o Universo,
Eu
contornava as suas flores abstratas
Deixando secar
a ausência da sua precisão,
Depois de
inúmeros silêncios
Nenhum mais
existiu,
Nem os cânticos
negros da noite
O conseguiram
escutar...
...Estava tão somente o rosto perene
de uma criança que adormecia,
na jangada das águas do absoluto,
pequenos seixos brilhavam naquele escuro,
como estrelas que se perderam do horizonte...
PoReScRiTo
...Estava tão somente o rosto perene
de uma criança que adormecia,
na jangada das águas do absoluto,
pequenos seixos brilhavam naquele escuro,
como estrelas que se perderam do horizonte...
PoReScRiTo
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