Dos campos brotam segredos
nocturnos
Da alma a simples procura
A mente cavalga por entre
securas e lesões
Em busca de algum ser em toda
aquela pele moribunda
Olhei meus finos olhos
Eles visionavam no reflexo do luar
toda a imagem da alma…
Via dali pela fresta plácida
do meu olho cego,
Habitava a clareza delgada
das espigas
Que se desfolhavam ao sabor
do seu ser,
Eram pontos lívidos a nascer na cal pálida do sentido,
Nunca me olhara antes,
Meu corpo brilhante movia-se,
Evidenciando assim as falhas
que compõem uma noite,
Ainda procuro nas
reentrâncias
Do meu corpo Astral
Procuro-me por entre o espaço
que me divisa
Abas da pele do céu rasgam o
meu corpo inverso
Asfixio-me na minha
omnisciência
Deixando a descoberto um céu
outrora mar
Olhei sentado o germinar de
estrelas
Contei-as no silêncio da
noite
Sepultei na terra negra
todas
As constelações mortas,
Dois olhos de sombra ali se
perdiam
Naquela luz fraca que
alargava,
Morria a composição firme dos
cometas,
Velas apagavam-se no silêncio
alquímico
Esperando incansavelmente a minha espera
Morri ali…
Nas portas de lugar nenhum
Os meus tempos acabaram
Duas gemas opacas rasgaram uma vez mais
A planície negra,
Toda aquela carne vegetal ficara vazia
Todo aquele caule era a sombra
Do som estridente do meu próprio corpo…
PoReScRiTo
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