o vento parecendo frio
conforta o ser
nesta noite de verão
que nos calca os corações
embebidos pela solidão
no seu ninho obscuro
enquanto pássaros felpudos
dançam no restolho
olho corpos celestes
e penso
a estes inocentes bichos
é-lhes vedado
o dom do descabimento
que se sente
no seu olhar intrépido
como os corpos celestes
animais inertes cintilam
no breu restolhado
deitados a olhar os astros
que param de cintilar
para se deliciarem
com aqueles rostos divinos
que se erguem
e lhes roçam a pele
branca e poeirenta
que se assemelha
à dos seus irmãos
o imberbere & Porescrito
quarta-feira, 17 de julho de 2013
sábado, 13 de julho de 2013
MORTOS VAGABUNDOS
Sente-se-lhes o
sangue
Que lhes alimenta os
rostos
“Morrem”!
Moribundos da dor
Esses “Mortos”
vagabundos
Que calcorreiam o
destino
Que entregam os seus
corpos
Como objectos da vida
Abraçam-se os
cadáveres
Pautando o sons dos
estalidos e da dor
Que vertem medo
A batalha final!
Onde morrermos,
encardidos pela fé
Que nos acolhe num
espírito de dúvida
Lutamos contra o
campeão de “Deus”
Que nos fere até na
podermos mais
Na vida em que
engordamos o seio de “Morte”
Em que nos deitamos,
Para lhe saciar a
fome.
Eu “Morto” que sou
Consegui vencer a
vida material
E encarnar corpos que
vivem por mim…
Porescrito
sexta-feira, 5 de julho de 2013
xadrez
mais uma partida
às vezes perdemos a conta
tabuleiro familiar de verniz antigo
ainda lustroso apesar de estalado
acompanha os anos da tua pele
o estalar dos anos
às vezes perdes a conta
a pele castigada pelo tempo
ainda guarda as marcas do trabalho áspero
numa idade em que ser criança
não fazia parte dos planos
;
o imberbere
às vezes perdemos a conta
tabuleiro familiar de verniz antigo
ainda lustroso apesar de estalado
acompanha os anos da tua pele
o estalar dos anos
às vezes perdes a conta
a pele castigada pelo tempo
ainda guarda as marcas do trabalho áspero
numa idade em que ser criança
não fazia parte dos planos
;
o imberbere
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