Estava à
Janela…
Onde os
aromas da vida perfumam minhas narinas, um cheiro doce e profundo, que se reflecte
no meu olhar meigo e fresco.
Choro…
Não passa
de uma ilusão!
Olho em
redor.
Vejo a
planície branda e verdejante…
Nada!
Já não me
reconhece, apagou-me do seu livro de memórias.
Já não
existo!...
O rio,
todas as manhãs de Primavera, me dava um repuxo de luz, que penetrava a minha
carne e jazia em meu coração.
Era o único
sinal que provava que eu estava vivo!
Agora também
ele não me reconhece…
Não me
entra pelas 7ete portas da minha alma, das minhas 7ete vidas.
E ao
desmaiar da tarde, quando o sol beijava, em despedida, as searas, pintava-as
com os seus raios doirados!
O Sol!
O pintor do
mundo!
Que todos
os dias se aconchega na relva fofa, dorme profundamente
Colado ao
rosto dela…
Eu fujo da
minha prisão, tacteando as paredes estreladas, estou vivo!
Já vivi
mais um dia.
Assim,
estava eu à Janela . . .
Neste meu
adentramento, dentro de mim, numa outra realidade em que me conheço, porque
também ela é a minha.
…Em minha mão
direita, uma leve pressão!
Sinto-a e
me desperta, deste despertar da mente, vagueante por infinitos mundos meus.
Sinto que è
uma outra pele, que reconheço de um meigo fundo!
Olho a
minha mão. . . vejo uma outra, outra mão, que é a mão de minha Mãe!
Me invade
um calor, de mil brilhantes sóis, de Amor!
Me escuso a
voltar o olhar . . . pois sei que lá está aquele sorriso cheio de infinito e o
Olhar Luar cintilante de Lua Cheia.
Eu sei . .
. stão lá!
Olho apenas
em frente, onde existe aquela árvore, a mais perfeita de todas, em que aquelas
mãos empurravam um baloiço, onde estava eu, e me sussurrava . . . “não temas. .
. voa . . . voa até sentires o firmamento ser teu … “
O mesmo
sussurro que ouvia . . . a entrar em
brisa . . . enquanto estava à Janela!
[prosa a duas mãos - Porescrito & pH 5.cinco]
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