Uma nuvem passava
Era rubra e esmeralda
Terra e sangue
Plantada lá no alto
Na areia azul do céu
Acordava descalço
Com o meu olhar de mar,
Por entre búzios prateados
E sibilares de céu…
Regava com os meus olhos,
O azul distante e
empalidecido
O meu sonho esgueirava-se nas
Ondas plácidas do destino
Soprando um arco de sombras
esguias,
Que pairavam no céu
Da névoa brotavam
Pensamentos melancólicos da
existência ,
Arqueava as lágrimas
No seu mais supérfluo sentido
Toquei-lhes com dedos leves
De nuvem
Nada lá existia
Naquela sombra lacrimosa,
Que era o prateado dos peixes
Que brilhava em mim…
O horizonte era uma gota
Atroz de deserto,
Era a névoa fina das minhas lágrimas
Ouvia o arrolhar das ondas,
O marulhar da terra
Que se enegrecia à minha
figura
Toquei-me uma última vez,
Era a nuvem que sonhara
Na noite passada…
As minhas lágrimas secavam
Ao vento lunar que se abria,
Lágrimas de céu
Pendiam dos meus tetos
Um dia acordei
Como se não existisse
A nuvem já lá não estava
Naquelas léguas de criança
Apenas o que os meus olhos
nunca
Viram…
O dia passara quente
Nas areias do meu céu
Olhava aquele vazio imenso
Lá habitava a paz…
No incenso dos meus dedos
No incenso dos meus dedos
No fim não morri
Porque do céu se tratava,
Adormeci num beijo das
Estrelas,
Que embalavam o meu sonho de
menino.
PoReScRiTo
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