Abre-se
uma luz a primeira que penetra a minha carne, nasço de minha
mãe , respiro o meu primeiro fio de ar, que ira tecer toda a
minha existência, vejo o mundo que me rodeia , que me olha
meticulosamente, como se eu fosse o objectivo da vida. Falam e querem
que eu saiba falar.
Não
quero saber falar.
Para
quê saber falar ? Se falar se reduz a emitir sons, usar
palavras em que por vezes nem nós acreditamos; quero falar com
Deus que criou a minha alma, mas só o posso fazer se manter a
transparência na qual nasci, e irei viver no vazio no nada que
o (Homem) não vê porque já viu algo já o
conhece.
Vou
para casa e passado uns dias cedo;e vou aglomerando conhecimento
,aprendi a andar e a falar , e pelo meu caminho encontrei dois velhos
que falam sobre a Morte que tanto os fustiga, eu que não vi
ainda a Morte e da qual não me perturba .
Um
dos velhos pergunta-me:
-Queres
conhecer a Morte ?
E
eu respondi prontamente:
Sim.
Os
velhos riram-se ingenuamente não sabendo que quem respondia
era Deus , e que tudo fazia sentido. Então deparei-me com um
mistério:
-Essa
dita morte será ela o objectivo da vida e não eu? Todos
falavam de ela com respeito e algum receio. Minha mãe amava-me
como as outras mães amam os seus filhos ,muito protectoras e
maternais. E só de pensar que os mesmos segundos de pensamento
e de elementaridade decidiriam a vida ou a morte; os meus pais sempre
me reconfortaram, quanto á morte,e fiquei com a ideia que as
desgraças só aconteciam aos outros.
Numa
tarde á hora de almoço ia e sem ter noção
do perigo e foi atropelado, as pessoas que assistiram gritavam e
choravam,fechei pela última vez os olhos mirei a minha mãe
que chorava, e sem oferecer resistência morri!
E
descobri que quem mais sofre é quem fica, pois não
sofri parti num segundo, e percebi que aquele «sim»
fazia sentido pois prefiro ser eu a conhece-la do que ser eu a ficar
. Não amava o meu corpo, felizes aqueles que não amam o
que iram perder, pois os que amam o seu corpo irão ter que se
despedir dele, agora sei o que acontece aos homens quando morrem,
pena minha mãe ter que esperar para descobrir,não lhe
posso dizer .O meu corpo alimentou animais e plantas serviu de fonte
de vida, a minha alma serve de alimento a Deus que somos todos nós!
dezasseis
de junho de dois mil e treze.
dedicado ao Luís A., que foi chamado ainda pequenino !! Mas que espero que esteja rodeado de LuX e de Bem !
Porescrito
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