Duas línguas
se cruzam,
Um olhar
cansado
Todo ele
pintado pela lua
O olhar
mirrado
Ao sol
Onde a
sombra ardia
O silêncio
desenhava as estrelas
Leves escamas
Pendentes da
névoa,
Um lento
morder
Que lhe
adormecia na boca
Parecia um beijo
Este céu
espelhado
Pequenos olhares
Que se
adivinham
Pendentes da
macieira sombria
Da criação
O sangue
jazia lentamente
Com o sabor
doce
De uma maçã
Que lhe
pendia
Do rosto
estrelado
Seu beijo
sabia a céu
À lua que
toca o nada
Que arrefece
cada sentimento,
Meu olhar
esfria
Como o
profundo cosmos
Ausente.
Desaparece nas
cinzas
Que meu
olhar não toca…
Ao longe só
estrelas
Só estes
tudos e nadas
Que a
vertigem guarda no seu peito,
Olho, imaginado
A tristeza
De um cosmos
Tão silenciosamente
belo,
tão abafado pela melancolia
que realça os seus contornos
de infinito e incerteza
Um tempo
que foi pintado à imagem
de um ser
que hoje não existe
e que arde em todas coisas
que já não parecem fazer sentido...
Que de tão
velho e raquítico
Me parece
cada vez mais
Uma criança
A sonhar à
janela,
A brincar
com as cores e perfumes
Com estes
silêncios e vazios
Que larga ao
vento
Para que
alguém também
Sonhe este
nada
Que tudo é…
Estou
sozinho…
E a solidão
é a coisa mais
Bela que
deus nos ensinou,
…Pela sua
simples ausência…
Ao se
transformar no silêncio
Que oiço
quando estou sozinho…
PoReScRiTo